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Peru como joga spaceman vence Nova Zelândia e garante vaga na Copa do Mundo da Rússia. A retomada da teoria freudiana e lacaniana do fetichismo (isto é, de uma teoria da formação e da aceitação da diferença sexual), reforçada por uma análise crítica do (do olhar masculino) tal como proposta por Laura veio sanar parcialmente essa falta de especificidade e acrescentar um elemento singularmente ausente das teorias freudianas e lacanianas, que de fato atribuem uma importância exorbitante ao olhar em suas diferentes metapsicologias da constituição da personalidade. Segundo relatos de seus vizinhos, a riqueza de Seu Alvino durou como joga spaceman cinco anos. Uma vez que o consumo e a circulação de imagens de mulheres feitas para suscitar uma excitação sexual são construções masculinas para um olhar masculino, a crítica feminista estrutural de inspiração psicanalítica analisa de que maneira “o inconsciente patriarcal” estrutura os modos de olhar e o prazer de olhar. Esse deslocamento da análise da imagem para a análise do olhar ou dos olhares é fundamental na análise feminista e nas análises culturalistas. A repartição dos papéis e dos olhares em função dos gêneros, proposta por Mulvey em análises do filme hollywoodiano a partir de Hitchcock e de Sternberg, também poderia ser operante na análise da fotografia de Annie Sprinkle. Segundo Mulvey, “os três olhares” que compõem o (eixo diretor/ator, eixo ator/atriz, eixo ator/espectador) são ativos. A masculinidade não pode ser o suporte da objetificação (sexual). Esse é um destino reservado à mulher. Cabe ao homem, portanto, fazer a narração avançar nos filmes, ao passo que a mulher é a imagem, o espetáculo por excelência (seu “Em seu papel tradicional de exibicionista, as mulheres são a um só tempo olhadas e oferecidas”. O voyeurismo investigativo dos filmes de Hitchcock ou o estilo contemplativo dos filmes de Sternberg fazem da mulher uma pausa para o espetáculo, fora da diegese. Os longos e repetidos close-up no rosto de Marlene Dietrich, nos filmes de Sternberg, as interrupções em certas partes do corpo, o código da ilustração anatômica ou da foto da “moça nua em pelo” alimentam essa fixação pela feminilidade despedaçada. À primeira vista, a fotografia de Annie Sprinke responde perfeitamente a essa fixidez, ao cenário da mulher oferecida, convidativa, “sedutora”, que sobressignifica a disponibilidade sexual, não sem uma boa dose de humor que faltou a Jacques quando fotografou Catherine Millet, “sua mulher”, nua em pelo nas estações de trem e nos campos, após o sucesso de seu romance La Vie Sexuelle de Catherine As fotografias de Henric são exemplares de um dispositivo fotógrafo/modelo típico da retaguarda de certas obras de vanguarda. Na versão lacaniana do “drama fálico”, a mulher igualmente se reduz à condição de ser apenas o suporte da significação (ela é a falta, uma vez que o significante mestre é o falo), e não o agente da significação.
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